Foram 11 anos vivendo em função das drogas. Tinha perdido o domínio sobre minha própria vida. Eu não me encaixava nos padrões sociais, a vida não fazia sentido. Mesmo antes do uso de Drogas, eu não me sentia vivo, o propósito de vida que tinham me ensinado era vazio, consumir, adquirir e desejar coisas que eu não sabia se realmente eu queria e ignorar tudo, crime, miséria e pobreza a minha volta.
Eu precisava de algo diferente e achei que tinha encontrado isso nas Drogas.
Me tornei cada vez mais incapaz de enfrentar a vida como ela é.
Me chamavam de noia, de bandido, vagabundo, mas meu nome é Marcelo Leonardo Freitas.
Eu me arrastava para um suicídio lento, prisão, rua, instituições.
O sofrimento era muito grande e passei a culpar tudo e todos pela minha falência às drogas, que em um primeiro momento foi uma alternativa para sobreviver, mas acabou por piorar mais ainda as coisas.
Tentei parar por diversas vezes, mas não conseguia, as drogas se tornaram um problema, mas não era o único, tentando ficar “limpo” foi percebendo que a sociedade estava tão fodida quanto a mim.
Não existia uma saída, desejei morrer e em uma das tentativas olhei para um lugar que nunca tinha olhado antes, para dentro de mim.
E compreendi que não importa o quanto eu me importasse, outras pessoas podiam não se importar e a única coisa que eu realmente podia mudar era eu mesmo e que eu precisava de uma nova maneira de viver.
Foi na madrugada do dia 18 de fevereiro de 2010 que decidir fazer mais que existir!
Consegui dar meus primeiros passos em direção a uma vida saudável e quando experimentei o caminho da recuperação decidi que todas as pessoas que sofriam com o uso abusivo de drogas tinham o direito de experimentar esse caminho Minha gratidão fala quando me importo e compartilho com os outros o caminho da recuperação.
Idealizador do coletivo da DiverCidade
0 comentários